Eu sou Antônio Pivetta, tenho 78 anos, nasci no dia 08 de setembro de 1941, neto de imigrante Italiano. Apesar de ser um ancião, mas contínuo uma criança. Moro na vila de Araguaya com minha família
Minha profissão era ferreiro, ofício que sempre gostei de exercer. Quando estava trabalhando me sentia como um grande empresário por fazer parte da empresa, contribuindo de forma muito especial e tendo muito amor por minha profissão. Todos os dias com sol ou chuva, eu fabricava ferramentas agrícolas, como facão, enxadas, foices, entre outros. Dia, após dia era assim. Eu trabalhava feliz, satisfeito e realizado.
Lá o barulho era alto, pois as máquinas batiam o aço até forjar a foice. Quando visito a fábrica que está com 116 anos de atividades, ouço o som dos marteletes, o cheiro da matéria-prima no ar, isso me faz viajar no tempo. Por isso, devemos preservar nossa história com amor e respeito. A fábrica é um lugar inesquecível para mim, com muitas árvores, flores, pássaros e um lindo lago.
Essa fábrica funciona até hoje e fica em um pequeno distrito de Marechal Floriano, um lugar bom de se viver, com uma cultura marcante: “ A Vila de Araguaya” onde tenho parentes e amigos.
Certo dia um menino com os olhos da cor do céu me perguntou qual era um fato que marcou minha vida: Essa pergunta mexeu comigo. Parei, pensei e não tive como errar: Foi quando em um dia ensolarado veio ao mundo minha amada neta uma criança forte, saudável e muito aguardada por nós. Esse fato foi extremamente marcante, pois era o nascimento da minha primeira neta, fiquei alegre, orgulhoso e realizado, a amo muito.
Aqui na nossa vila existem muitas construções antigas, com cores vivas, alegres, como o Museu Casa Rosa que é do século XIX, a Casinha do Nonno, a estação de trem funciona como uma casa de artesanatos onde se vendem produtos da região como: macarrão, vinho, entre outros. Essa estação recebe muitos turistas de todos os lugares, até do exterior.
Em Araguaya é realizada a festa Italiana no mês de Agosto que se chama Encontro da Cultura Italiana, onde celebramos a Imigração Italiana. As pessoas se reúnem para comemorar a cultura e desfrutar das melhores comidas Italianas, polenta com carne, macarrão, capeletti, bolos, tortas, não pode faltar um bom vinho e uma boa companhia para bater um belo papo. Que delícia. “Vivere La Vita”.
Nome: Lucas Pivetta Uliana,
Data: 05/08/2019
Como esquecer uma coisa que fiz por tantos anos, minha querida? Com certeza não me lembrarei de tudo, mas grande parte do que vivi está gravada em minha memória para sempre. Só um minuto... Se bem me lembro...
Os raios solares penetravam entre as frestas das ripas de madeira lascada que me protegiam do choro do céu, do calor do dia e do sopro gelado do entardecer. Esses raios me diziam, cautelosamente, que o sol resolvera sair de seu costumeiro esconderijo, atrás das montanhas. Montanhas que guardavam as pessoas habitantes da pequena vila de nome Araguaia, interior do Espirito Santo. Quando abria meus olhos despertava todos os outros sentidos de meu corpo e imediatamente podia sentir o maravilhoso aroma de eucalipto e o som de suas folhas balançando com a ventania. Esse era o sinal de que o dia já havia raiado. Era hora de me levantar e ir ao trabalho que me aguardava.
Então, saía descalço e sonolento pela casa onde morava. O chão batido calçava meus pés com terra e poeira enquanto eu procurava a pequena mesa da cozinha, que ficava no mesmo cômodo que o quarto e a sala.Quando conseguia alcançá-la, pegava um copo qualquer e colocava nele dois dedos do quente e amargo café que me punha em alerta logo cedo. E o bebia junto com uma fatia de pão com banha. Feito isso ia me trocar, colocava uma roupa bem velha, já que chegaria de volta todo sujo de carvão, e seguia em frente.
Ia andando pelas ruas coloridas ao clarear do dia, admirando as casinhas, simples, feitas de estuque-casas com a base de bambu e as paredes de barro e argila batida - e ainda podia ver, ao longe, casas de tijolos e cimento, coisa que naquela época era só para quem tinha muito dinheiro. Havia também casas de madeira lascada, como a minha. Ainda andava sozinho, pois era cedo e muitas pessoas dormiam no aconchego de suas casas naquela vila italiana, via apenas meninos a procura de tatuíras, que usariam parar causar gastura nas meninas. Mas ia alegre, ouvindo a melodia dos pássaros, o canto das cigarras e o coaxar dos sapos. Logo essa sinfonia era suspensa pelo tilintar dos ferros e dos instrumentos da fábrica de ferramentas da região, lugar onde eu trabalhava. Tuque-tuque... tá-tá... tuque-tuque... tá-tá... Cada vez mais forte... Tuque-tuque... tá-tá... tuque-tuque... tá-tá... E mais forte... TUQUE-TUQUE... TÁ-TÁ... TUQUE-TUQUE... TÁ-TÁ... Esse era o som que perseguia desde meninos de 13 até homens de 50 anos que viviam na região e precisavam de dinheiro.Esse foi o som que me perseguiu, desde idos de 1949, por quarenta e oito anos, o som das marretas moldandoas chapas de ferro quentes como o próprio fogo. Marretas, facas, foices... Todo o trabalho era feito a mão, oque garantia a qualidade do produto, mas me destruía, me corroía.
Eu e os demais funcionários não tínhamos uniformes, fones ou óculos que nos protegessem do árduo trabalho. Tínhamos apenas nossas famílias que precisavam de nós.
Ficávamos na fábrica dez horas por dia, das sete da manha às cinco da tarde. Quando saíamos estávamos cobertos de carvão, as roupas molhadas de suor e parecia que todo o ferro que havíamos moldado estava sobre nossos ombros - Que peso! - Não adiantava comprar roupas para trabalhar, pois cada muda de roupa-conjunto de calça e camisa -, quando usada para trabalhar, durava apenas vinte dias, nada mais, nada menos.
Mas havia uma coisa boa naquele lugar. Todos os dias via meus amigos, me divertia com eles. Jamais vou esquecer das nossas modas de viola. No horário do almoço, comíamos depressa. E, como todos sabíamos tocar viola, cada dia era um que tocava.
Hoje, ainda moro em Araguaya, perto da fábrica, que está mais mecanizada e os funcionários não trabalham nas mesmas condições em que eu trabalhava, eles possuem uniformes e proteção contra o barulho,o fogo e o calor, e grande parte do trabalho ainda é manual. As vezes, escuto o "tuque-tuque... tá-tá...", pois faz parte de minhas memórias. Está dentro de mim. À noite... tuque-tuque... tá-tá..., deito em minha
cama... tuque-tuque... tá-tá..., fecho os olhos... tuque-tuque... tá-tá..., e simplesmente... tuque- -tuque...tá-tá..., adormeço.
OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA - 2016 Medalha de Ouro
EEEFM VICTORIO BRAVIM
Autora: LAYSA GILLES GUIDI
Gênero: Memórias Literárias
Professora: Ana Paula Breda
Escola: E. E. E. F. M. Victório Bravim - Araguaia, Marechal Floriano (ES)
Renato Schneider trabalhou como representante comercial na empresa Ferramentas Agrícolas LP por incansáveis e prazerosos 10 anos.
Sempre com o sorriso estampado no rosto viajava pelo norte do Estado do Espírito Santo atendendo seus clientes de forma contagiante e responsável.
A partir do momento que entrou para o "Time LP" vestiu o uniforme e trabalhou duro, sem tempo ruim, faça chuva ou faça sol, estrada de chão ou asfalto, sem qualquer desculpa de seguir em frente e conquistar.
Seu atendimento descontraído e respeitoso com os clientes acabou gerando muitas amizades. Presando sempre pelo certo e sem esmorecer, fez o que tinha que ser feito.
Deixou como sua marca registrada que o trabalho feito com maestria, dedicação, comprometimento, responsabilidade e felicidade formam uma base sólida não só para a empresa como também para a vida.
Depoimento de Ricardo Schneider (filho de Renato Schneider)